❛ A Procura ❜ is a stage play performed by highschool students from “Clube de Teatro da Escola Secundária da Lourinhã”.
The play is based on four short plays by Jaime Salazar Sampaio, O Jardim Público, O Bolo, A Paragem de Autocarro e O Escadote.
The stage play was the outcome of six months of hard work within the club. The play is an invite to meditation on the value of reality and of theatre itself. Artistic direction is mine and of Dr. Tathiana Ferreira. I took care of the lighting, Tathiana took care of the sound and the actors took care of giving birth to the characters. Stage-settings are the creative work of the collective. I worked out the poster on top of a photograph taken by one of the girls.
Vítor de Matos congratulates Dr. Tathiana Ferreira for her comradeship, her ardour and the professionalism with which she embraced this project.
Première and 2nd performance footage ⏮ reload
Sinopse: “A Procura”
Procurámos… procurámos… procurámos… e encontrámos 4 peças curtas de Jaime Salazar Sampaio, mesmo a pedirem para serem representadas, n’“O Jardim Público”… Foi lá que encontrámos um homem, “excessivamente bem vestido” e uma rapariga, não tão simples quanto aparentava, entre outras personagens à procura da própria identidade… e tivemos ocasião de sentir a que cheira e sabe “O Bolo”… entretanto esperámos n’“A Paragem de Autocarro” que algo acontecesse… mas ainda tivemos coragem de trocar de lugar n’“O Escadote”… e vislumbrar de perto e de longe a verdade! E a verdade é que não é por muito a olharmos, que ela se torna mais compreensível, pois “quem só vê o que vê, não viu nada”!
Esta “Procura” convida-nos a reflectir sobre a natureza da realidade – missão impossível se não tropeçarmos na própria natureza do teatro! A única acautela é que “num palco tudo é verdadeiro porque tudo é falso. Genuinamente falso”! Bem vistas as coisas, para quê andarmos para cima e para baixo se as palavras escondem aquilo que dizem? Se naquilo que mostramos estar à procura, está aquilo que escondemos e se disso depende aquilo a que chegamos, então só se encontra o que se conhece!? Só se sabe do que já se espera!? Quer dizer que tudo está na nossa mão mas ainda assim procuramos ainda… Será tudo um engano? Só o descobriremos se “ficarmos calados, aceitando o jogo”! Para quê continuarmos a confeccionar bolos se, ao fim e ao cabo, “todas as histórias acabam mal”? Apesar de tudo, se fingíssemos mais verdadeiramente, talvez… um dia, o autocarro passasse! E aí seríamos capazes de enganar a morte… “O pior é que, na prática, uma pessoa nem sempre tem vontade de fingir. E quando finge, nem sempre finge como deve ser…” Será mesmo preciso abandonar todos os artifícios, palavras, objectos e gestos, para conseguir harmonizar os contrários? Se “nesta vida, a solução é sabermos que não há solução”, e, afinal, “as coisas são o que são”, então “o teatro não as modifica. Mas pode sempre iluminá-las com os projectores”! ☺… quanto a nós, podemos ficar uns instantes a escutar a rica eloquência do silêncio… concentrando-nos na respiração, esse ritmo natural do corpo, e parecer-nos-á que tudo regressa perpetuamente ao seu lugar.
Este trabalho é dedicado à memória de Jaime Salazar Sampaio (Lisboa, “ali para as Avenidas Novas” 5 de Maio de 1925—13 de Abril de 2010).
text published in school's website
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